
A evolução das técnicas de secretariado/evolução da mulher no mercado de trabalho.
Desde a Idade Média até ao início do século XX, o preconceito e as convenções ditavam que o marido era o provedor do lar e a mulher não precisava nem deveria ganhar dinheiro, para além de ser muito criticada se se aventurasse sozinha a sair. As mulheres eram para estar em casa, atender às necessidades do lar, do marido, procriar e cuidar dos filhos, ponto final!
No entanto, já em meados do século XIX surgem os primeiros sinais de “revolta” por parte da mulher, reivindicando o direito ao voto e à igualdade, organizando-se num movimento denominado “Sufragistas”. Este movimento tem origem em Inglaterra e depressa se estendeu à América bem como a outros países.
Como o título em epígrafe deixa claro, a evolução das técnicas de secretariado, dá um enfoque muito especial à mulher, na actualidade. Quando se pensa em secretariado, regra geral associa-se a imagem da mulher ao papel de secretária.
Isto resulta da sua evolução no último século em que, duas grandes guerras mundiais provocaram a necessidade da mulher ocupar os cargos e postos de trabalho, normalmente dominados por homens, uma vez que estes foram mobilizados para combater.
Assim, a mulher passa a desempenhar um papel preponderante no mercado de trabalho, satisfazendo a necessidade de mão-de-obra.
Os conhecimentos empíricos e teóricos em Secretariado Executivo tornam-se constantemente mais complexos, demandando que se estabeleçam teorias e discussões sobre os saberes científicos. Nesta perspectiva, existem várias reflexões sobre a Epistemologia do Secretariado Executivo, ou seja: Teoria do Conhecimento das Técnicas de Secretariado. Para tanto, investigam-se os principais obstáculos e características do saber nesta área, debatendo-se a natureza de seu conhecimento. No que concerne à metodologia, a referida pesquisa segue uma abordagem qualitativa, com estudos descritivos e exploratórios.
Como tal utilizam-se pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Em suma, os resultados apontam para necessidade de ampla articulação entre teoria e prática, para que o Secretariado Executivo se legitime como expressiva área do conhecimento científico.
Na pesquisa bibliográfica, foram encontrados poucos trabalhos cujos focos de análise se relacionavam com a teorização do conhecimento secretarial. Dentre os poucos trabalhos que abordam esta temática, há um artigo cujo interesse específico foi debater a Natureza do Conhecimento em Secretariado. Nele, a autora declara como dedução de pesquisa que o Secretariado Executivo é uma prática e não uma Ciência (HOELLER: 2006, p.144). Pensa-se aqui que é necessário e urgente estabelecer significativa discordância desta afirmativa.
Ora, deve-se primeiro compreender que ciência e prática não se excluem mutuamente, pois o domínio científico é composto de epistemologia, teoria e prática. Há ainda que compreender que a prática apenas se efectua como tal, quando está plena de fundamentação, senão torna-se apenas uma acção interventiva.
Reduzir o potencial do Secretariado às técnicas de trabalho, confinando-o apenas num campo de praticismo, seria negar toda a evolução intelectual que conhecimento passou nas últimas décadas. O facto de uma ciência ter o seu objecto de estudo de natureza aplicada não a destitui do estatuto de ciência.
Uma natureza primordialmente técnica no máximo poderia ser atribuída ao domínio das Técnicas de Secretariado (e mesmo assim com ressalvas). No entanto, o campo do conhecimento em Secretariado não se restringe ao estudo das técnicas, englobando: formação para a pesquisa, gestão informacional e tecnológica, investigação interdisciplinar das práticas de assessoria, docência em nível técnico e superior, consultoria secretarial, estudos linguísticos de base secretarial, gestão de sectores específicos e ampla cultura geral.
Estes são, fundamentalmente, os pontos necessários a um conveniente desenvolvimento da actividade, hoje em dia. A sua evolução acompanha a par e passo a evolução das novas tecnologias, das comunicações e do desenvolvimento global, em geral.