quarta-feira, 24 de março de 2010

Actividade integradora



A evolução das técnicas de secretariado/evolução da mulher no mercado de trabalho.
Desde a Idade Média até ao início do século XX, o preconceito e as convenções ditavam que o marido era o provedor do lar e a mulher não precisava nem deveria ganhar dinheiro, para além de ser muito criticada se se aventurasse sozinha a sair. As mulheres eram para estar em casa, atender às necessidades do lar, do marido, procriar e cuidar dos filhos, ponto final!
No entanto, já em meados do século XIX surgem os primeiros sinais de “revolta” por parte da mulher, reivindicando o direito ao voto e à igualdade, organizando-se num movimento denominado “Sufragistas”. Este movimento tem origem em Inglaterra e depressa se estendeu à América bem como a outros países.
Como o título em epígrafe deixa claro, a evolução das técnicas de secretariado, dá um enfoque muito especial à mulher, na actualidade. Quando se pensa em secretariado, regra geral associa-se a imagem da mulher ao papel de secretária.
Isto resulta da sua evolução no último século em que, duas grandes guerras mundiais provocaram a necessidade da mulher ocupar os cargos e postos de trabalho, normalmente dominados por homens, uma vez que estes foram mobilizados para combater.
Assim, a mulher passa a desempenhar um papel preponderante no mercado de trabalho, satisfazendo a necessidade de mão-de-obra.

Os conhecimentos empíricos e teóricos em Secretariado Executivo tornam-se constantemente mais complexos, demandando que se estabeleçam teorias e discussões sobre os saberes científicos. Nesta perspectiva, existem várias reflexões sobre a Epistemologia do Secretariado Executivo, ou seja: Teoria do Conhecimento das Técnicas de Secretariado. Para tanto, investigam-se os principais obstáculos e características do saber nesta área, debatendo-se a natureza de seu conhecimento. No que concerne à metodologia, a referida pesquisa segue uma abordagem qualitativa, com estudos descritivos e exploratórios.
Como tal utilizam-se pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Em suma, os resultados apontam para necessidade de ampla articulação entre teoria e prática, para que o Secretariado Executivo se legitime como expressiva área do conhecimento científico.
Na pesquisa bibliográfica, foram encontrados poucos trabalhos cujos focos de análise se relacionavam com a teorização do conhecimento secretarial. Dentre os poucos trabalhos que abordam esta temática, há um artigo cujo interesse específico foi debater a Natureza do Conhecimento em Secretariado. Nele, a autora declara como dedução de pesquisa que o Secretariado Executivo é uma prática e não uma Ciência (HOELLER: 2006, p.144). Pensa-se aqui que é necessário e urgente estabelecer significativa discordância desta afirmativa.
Ora, deve-se primeiro compreender que ciência e prática não se excluem mutuamente, pois o domínio científico é composto de epistemologia, teoria e prática. Há ainda que compreender que a prática apenas se efectua como tal, quando está plena de fundamentação, senão torna-se apenas uma acção interventiva.
Reduzir o potencial do Secretariado às técnicas de trabalho, confinando-o apenas num campo de praticismo, seria negar toda a evolução intelectual que conhecimento passou nas últimas décadas. O facto de uma ciência ter o seu objecto de estudo de natureza aplicada não a destitui do estatuto de ciência.
Uma natureza primordialmente técnica no máximo poderia ser atribuída ao domínio das Técnicas de Secretariado (e mesmo assim com ressalvas). No entanto, o campo do conhecimento em Secretariado não se restringe ao estudo das técnicas, englobando: formação para a pesquisa, gestão informacional e tecnológica, investigação interdisciplinar das práticas de assessoria, docência em nível técnico e superior, consultoria secretarial, estudos linguísticos de base secretarial, gestão de sectores específicos e ampla cultura geral.
Estes são, fundamentalmente, os pontos necessários a um conveniente desenvolvimento da actividade, hoje em dia. A sua evolução acompanha a par e passo a evolução das novas tecnologias, das comunicações e do desenvolvimento global, em geral.

Proença-a-Nova-As assimetrias...




As assimetrias acentuadas entre interior e litoral

Assiste-se hoje a uma mudança das políticas regionais, a qual é fruto, por um lado, da globalização e da entrada no mercado mundial de novos países com capacidades humanas relevantes e baixos custos do trabalho e, por outro lado, das dificuldades orçamentais que atingem vários países desenvolvidos, nomeadamente da União Europeia.
Deste modo, durante décadas as políticas regionais assentaram no modelo da igualdade que influenciou políticas assistencialistas que visavam promover níveis mínimos de acesso dos cidadãos ao bem-estar, independentemente do local da sua residência, e previam que a instalação nos espaços menos desenvolvidos de diversos tipos de facilidades urbanas e com acessibilidades constituía um factor de valorização capaz de servir para atrair actividades produtivas.
No entanto, a experiência veio revelar que, embora fosse condição necessária, essas acessibilidades não eram suficientes, pelo que na generalidade dos casos as desigualdades territoriais no domínio das actividades produtivas não se reduziram, pelo menos ao nível que se desejava, que era o de os territórios menos desenvolvidos adquirirem sustentabilidade de mercado, libertando-se da dependência dos fundos públicos e mantendo o seu potencial de mão-de-obra.
Nas condições actuais de competição intensa entre economias, que o futuro deverá acentuar, o modelo da política regional tem vindo a deslocar-se para o eixo da competitividade. Nesta nova perspectiva o território constitui uma dimensão da própria competitividade e a solidariedade entre territórios só tem sustentabilidade se for geradora de competitividade para os territórios menos desenvolvidos, não apenas em termos dos factores materiais (dotação de bens públicos), mas especialmente em termos da valorização de recursos humanos e da geração de iniciativas empresariais com possibilidades de sucesso em mercado aberto.
Apesar de todos os esforços desenvolvidos para fixar as populações no interior, no que diz respeito às assimetrias populacionais, nota-se uma grande concentração de jovens nas grandes cidades, devido exactamente às oportunidades de emprego e trabalho que existem, bem como o desenvolvimento sustentado das infra-estruturas urbanas muito mais apelativas.
Tal como está patente no texto de apoio que foi facultado, a população no interior do país encontra-se envelhecida, necessitando de outro tipo de cuidados que, no passado, não existiam, dando lugar a que começassem a surgir respostas sociais quer da parte da Segurança Social, quer através da Santa Casa da Misericórdia, que se tornaram entidades responsáveis pela contratação de muita população, (especialmente mulheres) para assegurar este tipo de serviços. Outra face bastante visível desta nova realidade é o aparecimento de numerosas Instituições de Solidariedade Social, em que a maior parte dos colaboradores são voluntários, e prestam assistência domiciliária aos idosos e pessoas necessitadas.
Estas têm uma acção fundamental pois levam o apoio e o carinho àqueles que se encontram sós, fazendo a “ponte” entre eles e o próprio Estado nas situações de maior carência.
A nível pessoal, como “imigrante” recentemente chegada da grande cidade, para uma zona que, à partida sempre ouvi falar de “subdesenvolvida” noto que a realidade é completamente diferente daquela que esperava encontrar. Embora o facto de existir realmente uma população muito envelhecida e em número cada vez menor, os cuidados de saúde, de assistência aos idosos, estão organizados de uma forma muito mais satisfatória do que na grande cidade, e relevo ainda o factor “solidão”, que, no caso da zona a que me refiro, não é o mesmo como o que existe nos grandes centros. Existe uma comunidade de vizinhos que se ajuda e está presente sempre que necessário.